Um pouco de mim

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Distrito Federal, Brazil
Primeiramente: o título nos leva a diversas interpretações. Talvez a polissemia do termo "indiferente" cause dualidades. Mas a minha real intenção é dizer que quando as várias diferenças assumem seus lugares, sem precisar de rotulações, elas se tornam comuns, ou seja, NORMAIS porque "ser diferente é normal!". Por isso, permitam-se! As diferenças que todos nós temos só nos tornam mais exuberantes e únicos nesta vida. Façam valer! "O tempo não pára"! Agora falando de mim: sou um ser que age para os outros como gostaria que agissem para com ele. Simples estudante, trabalhador, homem e lutador que faz da sua rotina um marco para experiências incríveis, talvez "repetidas", mas sempre únicas. Como pré-operador do Direito, busco a melhoria para nosso País e isso não é demagogia política, é apenas uma utopia de um cidadão comum. Espero, creio, quase que infinitamente, num mundo diferente. E faço minha parte daqui para que ela se dissemine e que haja discussões interessantes das quais aperfeiçoaremos o que mais de uma cabeça, e só se é possível "pensar bem" assim, pode pensar.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Momento "Expressing Myself". Uma estatística que me impediu de ser solidário.

Na última quinta-feira, 10/8/2011, fiz minha inscrição, pelo Projeto Viva Bem do Supremo Tribunal Federal com o Hemocentro de Brasília, para participar da doação de sangue nas dependências do Tribunal.
O projeto, muitíssimo interessante, visa buscar servidores e colaboradores com plenas condições de saúde para aumentar o banco de sangue do Hemocentro, para pacientes das diversas unidades hospitalares públicas do Distrito Federal.
Segui recomendações. Não comi nada gorduroso no café da manhã, não ingeri lactose e derivados, dormi 6 horas, não pratiquei exercícios físicos tudo conforme as orientações recebidas pela equipe de apoio do Tribunal que ajudara no evento.
E ainda assim, a grande surpresa...
Não pude doar!
Ora, mas como não se todos os quesitos, inclusive o principal de gozar de plena saúde, estavam preenchidos?
Todos... não! Infelizmente, não!
Ao participar da triagem clínica para prosseguir para a doação, o médico me informou que homossexuais com parceiros fixos são impedidos de doar sangue.
Como? - Indaguei-o perplexo.
É que os índices de transmissão de DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis -, são maiores em homossexuais masculinos - Ele respondeu atônito, preferindo não dar certeza.
O desejado para que um homossexual doe sangue é ele permanecer doze meses sem ter nenhum tipo de relação sexual com qualquer parceiro que seja.
Pareceu-me irônico, pois no caso dos heterossexuais, a premissa é válida apenas na primeira doação.
E os focos de DST, principalmente o HIV/AIDS, cresceram nesses últimos pares.
Eu me senti retrocedendo por dentro!
A função social de quem doa sangue é mais que um gesto de cidadania, é de solidariedade.
E isso é óbvio porque os recebedores são pessoas em estado de risco, fracas, em condições palpérrimas de saúde física.
E eu não pude doar porque namoro há 1 ano e 7 meses.
Apesar da revolta, coloquei os eixos em seus lugares e notei que se esse critério existe, alguma razão fisiológica deve haver.

Ainda assim a crítica que faço é que quem quer ajudar, como eu quero - mas não pude -, fica inerte até um posicionamento mais atual das equipes de pesquisa ser lançado, em relação a doadores homossexuais.
Mesmo com esse episódio um pouco desagradável, aconselho:

DOEM SANGUE. DOEM VIDA!

4 comentários:

  1. Isso lembrou um amigo meu que voltou indignado até nós porque não tinha conseguido doar sangue. Na entrevista ele perguntaram pra ele se ele era homossexual. Ele disse que sim. Depois perguntaram quantos parceiros sexuais ele teve nos últimos meses. Aí ele: ah, uns 6!
    Aí a gente vira pra ele rindo: Fulano! Vc ainda queria doar sangue depois de confirmar que teve vários parceiros sexuais recentemente?
    Aí ele ficou lá reclamando: é preconceito, é preconceito!! hehe

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  2. O pior é que, para héteros, 15.000 parceiros antes não importam para doar a partir da 2ª vez. Frustrante!
    Pense na minha cara ao sair do consultório aqui no STF depois de ingerir a bomba!
    Trash...

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  3. Concordo. Não é apenas questão de cautela, existe de fato um certo preconceito enraizado em dados ultrapassados. Foi-se o tempo em que a Aids, por exemplo, era sinônimo de gay. Hoje em dia sabe-se que o grande foco de transmissão de HIV tem origem nos casais heteros, ainda acrescento que boa parte disso se dá à puladinha de cerca, que praticamente faz parte da cultura das pessoas de tão banal que é. Agora já que é para se criar critérios em nome da segurança da saúde, que sejam critérios coerentes com a atual situação em que se encontra nossa sociedade.

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  4. O que mais me deixou chateado foi saber que eu querendo ser solidário não pude em função do meu namoro.
    É como se dissessem: puros, sim! PROFANOS, NÃO!

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